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A bomba-relógio do contencioso trabalhista: como prevenir é mais lucrativo do que remediar

A bomba-relógio do contencioso trabalhista: como prevenir é mais lucrativo do que remediar

No coração de muitas empresas brasileiras, especialmente, as de médio porte, que já está instalada uma bomba-relógio: o contencioso trabalhista. Silenciosa, mas em contagem regressiva, ela pode explodir a qualquer momento em forma de ações judiciais, condenações milionárias ou acordos emergenciais que corroem o caixa, a reputação e a sustentabilidade do negócio.

O Brasil segue entre os países com maior volume de ações trabalhistas no mundo. Essa escalada não pode mais ser atribuída apenas à chamada “insegurança jurídica”. A verdade que poucos admitem, mas que os números revelam é que grande parte do problema está dentro das empresas: na ausência de preparo técnico, na desorganização administrativa e na falta de uma assessoria preventiva realmente eficaz.

Muitos empresários só se preocupam com o jurídico quando o problema já virou processo. Até lá, seguem operando com contratos frágeis, registros imprecisos de jornada, demissões mal conduzidas e terceirizações mal formuladas, confiando em modelos prontos, conselhos informais ou práticas “que sempre funcionaram”. O resultado? Passivos ocultos que crescem lentamente, mas com potencial devastador. Pequenos erros acumulados ao longo do tempo se transformam em grandes condenações. É o custo invisível da negligência.

Advogados que entram em cena apenas na hora do litígio têm um papel limitado: apagar incêndios. E, muitas vezes, quando o fogo já consumiu parte significativa da estrutura. O custo para reagir é infinitamente maior do que o custo para prevenir. E mais: a insegurança se perpetua. Afinal, quem atua só na defesa raramente consegue cortar o mal pela raiz.

O cenário está mudando. Cada vez mais empresas estão despertando para um novo modelo de atuação jurídica: preventiva, estratégica e integrada à gestão. Escritórios especializados em compliance trabalhista têm economizado milhões para seus clientes ao implementar: Auditorias trabalhistas periódicas, padronização contratual e documental, treinamentos para lideranças e RH, rotinas de compliance alinhadas com a CLT e a jurisprudência atual, protocolos para desligamentos, gestão de jornada e a fiscalização das empresas prestadoras de serviços.

Toda empresa, mais cedo ou mais tarde, será chamada a responder por suas práticas internas. A única escolha real é se isso ocorrerá de forma preventiva com controle e estratégia ou de forma judicial, com prejuízo e exposição.

Empresas que ainda não realizaram uma auditoria trabalhista, cujo RH atua sem assessoria jurídica técnica ou cujos processos internos não possuem respaldo contratual, já convivem com riscos reais, ainda que invisíveis no momento.

 Dalton Fontes, especialista em Direito Trabalhista e Compliance. Sócio do escritório Amadiz Advogados.

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